O mundo dos cliques

É difícil encontrar alguém nesse mundo, movido pela velocidade da informação, que não tenha sentido ansiedade em algum momento da vida, ou que não seja a própria definição da palavra. Este substantivo, famoso no vocabulário de tanta gente, se tornou resposta chave em entrevistas de emprego, sendo uma das menos prejudiciais daquelas famosas perguntas na hora de tentar a vaga.


Imagem de Gino Crescoli por Pixabay


Não podemos deixar de pensar que uma das maiores influências disso tudo é a internet. Ela trouxe esse canal com diversas opções de tornar as coisas mais simples e fáceis. Esse canal tão poderoso já foi visto como ameaça por muitos – e ainda é! Não sejamos ingênuos –, mas aos poucos foi se adaptando com suas possibilidades e extensões na forma de trabalhar.

Vivemos em dois mundos: o real e o virtual. Para uns, existe uma necessidade de estar vivo/on-line em ambos, de manter o equilíbrio entre as duas vidas; e para outros, não – há quem prefira viver/mostrar a oposição entre esses dois universos.

Com a popularização das redes sociais, a internet virou tema de redação em provas e ganhou espaço nos intocáveis canais de televisão aberta, que precisaram moldar a forma de interagir com seus telespectadores para tentar manter a audiência.


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Desde então, os hábitos mudaram, a rotina se tornou cada vez mais cheia de atividades e o tempo cada vez mais curto durante suas 24 horas. A facilidade de clicar e enviar uma mensagem/vídeo/áudio a alguém que você precisa para consertar a maçaneta da porta da sua casa, o clique para pedir um táxi ou uma comida naquele dia que você chegou cansado a casa depois de uma longa jornada de trabalho. Todo esse imediatismo acelerou as mentes que até em períodos de folga nunca se desligam.

Além disso, a agonia de tentar fazer com as coisas aconteçam no próprio tempo, seguida da decepção de chegar ao resultado que não estava nos planos, certamente contribuiu para que a realidade se tornasse cada vez mais dura com o peso dessas frustrações.

Aos que entenderam a necessidade de ajuda, parabéns! Aos que ignoraram e se sustentaram na rotina de surtos, é lamentável (mas não se julguem). É muito difícil enxergar quando as coisas estão perto demais. Uma hora o fardo de manter a aparência de que é inabalável cai.

Com isso, houve um apelo para mostrar que essa rotina não é louvável e que pode refletir diretamente na saúde mental. Frases como “É hora de desacelerar e ouvir a própria respiração”, ditas por pessoas visivelmente equilibradas, tornaram-se comuns em postagens nas redes sociais.

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Em vista disso, o mundo dos cliques é um bom lugar, mas a dosagem do uso precisa ser medida todos os dias. Manter o controle do que você gosta sem a influência do algoritmo das redes sociais é super importante. Não deixem que digam para onde você deve ir. Esteja sempre no controle do que deseja nesses cliques. Observe a qualidade das informações que consome e incentive aquelas pessoas que você admira. Procure ler mais, tenha o hábito de não estar sempre através da tela do celular e saia do óbvio às vezes. Estar sempre na bolha é se acomodar com o que você já aceita. Tenha outras visões, mas saiba respeitar aquelas contra as quais você tem preconceito (todos nós temos), lute pelo o que você acredita e não perca o interesse do aprendizado, evoluir é essencial nesse mundo veloz dos cliques.

Comentários

  1. Excelente, ótimo texto! 👏👏 Que a vida tão acelerada não deixe passar coisas simples e importantes do cotidiano, que não estão na tela do celular.

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