O adeus a Karl Lagerfeld

A essa hora a notícia sobre a morte de Karl Lagerfeld pode não ser novidade. Aqueles que acompanham o mundo da moda nas redes sociais já devem ter visto ao menos uma postagem no feed lamentando o ocorrido. Bom, desde a última temporada de desfile de alta-costura, em janeiro deste ano, as pessoas puderam perceber que a saúde do kaiser não ia bem. Pela primeira vez, ao fim do desfile da Chanel, ele não apareceu e o momento, além de emocionar alguns, indicou um sinal.

A manhã desta terça-feira (19) vai ficar marcada pela perda de um ícone da moda mundial. A informação chegou como um choque para nós. Mesmo sabendo da sua idade avançada, a ideia de perder uma referência na moda é sempre devastadora. Uma mente que conseguiu manter a classe e a tradição da Chanel, durante períodos em que a moda se reinventou dezenas de vezes, deixou o seu legado. Talvez Coco Chanel não aprovasse muita coisa em que a grife se tornou marca registrada, mas com certeza o nome Chanel se consagrou nas mãos desse diretor criativo tão talentoso.

Karl foi um personagem caricato, como muitos que fazem história. A cada dia que perdemos pessoas assim, a impressão que temos é que nunca mais haverá inspirações como as que ele soube transmitir nas roupas. Manter a tradição não é coisa fácil, pois o mundo cobra por mudança, mas o segredo é manter a personalidade e adaptar a tradição ao novo. E essa arte poucos conseguem dominar.  

Quem o acompanhou de perto, admite que sua generosidade era encantadora. E convenhamos que isso possa até fazer parte do pacote de morar em Paris e ter estudado em um dos melhores colégios, mas a personalidade forte, em não se comparar a ninguém, o fez uma pessoa única.